terça-feira, 15 de maio de 2007

Comunicação e tecnologia: revolução, evolução e globalização

Por Thaise Amorim

Para Manuel Castells, as mudanças nos levam a pensar como a informação será aplicada para conseguir informar o público nesse novo modelo, no qual criador e criatura tem o mesmo poder. Em menos de duas décadas essa tecnologia se difundiu pelo globo mudando totalmente a nossa maneira de ver o mundo.

Foi durante a Segunda Guerra Mundial que se deram as principais descobertas tecnológicas em eletrônica. A partir da década de 70, as novas tecnologias baseadas na eletrônica se difundiram amplamente. Através da microeletrônica foi possível ter o transistor, permitindo a codificação da lógica e da comunicação com e entre as máquinas. Esses milhões de transistores formam o que chamamos de chip. O passo decisivo ocorreu em 1971 com a invenção do microprocessador, que é o computador em um único chip. O problema agora já não é a falta de espaço para armazenar as funcionalidades necessárias, mas o que fazer com todos os transistores disponibilizados.

Outra descoberta foram os computadores que passaram de suas 30 toneladas, 2,75 metros de altura, estrutura metálica, 70 mil resistores e 18 mil válvulas a vácuo para o que temos em casa hoje e chamamos de PC (computador pessoal). Todo esse avanço se deu graças ao desenvolvimento de novos softwares adaptados a suas operações que facilitam o uso. Desde meados da década de 80, os PCs já podem funcionar em rede, o que possibilita a comunicação entre eles com maior mobilidade.

As telecomunicações também deram um passo importantíssimo com a optoeletrônica (transmissão por fibra ótica e laser). A optoeletrônica possibilitou a transmissão de dados pelo TCP/IP (Protocolo de controle de Transmissão/ Protocolo de Interconexão), e a telefonia móvel, que, com a ajuda de computadores, pode enviar mensagens, fotos, e está ao mesmo tempo em toda parte para uma comunicação eletrônica interativa e ininterrupta em tempo real.

Essa revolução que vem ocorrendo na tecnologia da informação deve-se muito ao caráter lógico, flexível, penetrante e convergente que ela contém. A informação é a matéria-prima para todo o processo e vem transformando a nossa vida dia após dia.

Os meios de comunicação são a extensão do homem, como disse McLuhan, isso implica que estamos constantemente buscando uma informação e quem a tem detém o poder. Wilson Dizard apresenta que, ao tentarem adequar-se ao novo sistema, os meios de comunicação de massa clássicos começaram a investir mais em flexibilidade, interatividade em suas programações, buscando não perder seu público para internet, uma vez que esta reúne à escrita, o oral e o audiovisual em um só lugar. Esse novo modelo de informar é mais fragmentado e quem tiver o diferencial sairá na frente.

Com isso, começa-se a pensar em uma programação para cada grupo de receptor e de forma que ele possa acessar na hora que quiser, como é na internet. Nessa busca desenfreada para conquistar o receptor, o bombardeio de informação é muito grande, podendo até desinformar ao invés de informar. O receptor vai ter que ser crítico e selecionar realmente o que o interessa, porque o novo formato de mídia proporciona que o imaginário se torne real, como no Second Life, onde tudo que não é possível realizar na vida real se consegue com uma vida virtual. A única certeza que temos é a que, como profissionais da comunicação, teremos que estar sempre nos atualizando para saber um pouco de cada canal e prontos às constantes mudanças.

Todas essas mudanças estão ocorrendo em todas as partes e não afetam somente uma parcela da população, mas sim, todo o mundo. Stuart Hall apresenta um fenômeno antigo, mas muito citado hoje em dia, a globalização. Para ele, globalização são processos atuantes em uma escala global, integrando e conectando comunidades e organizações em novas combinações de espaço e tempo, tornando o mundo, em realidade e experiência mais interconectado. Com o fim das distâncias, a globalização começa a ter efeito sobre a formação das identidades culturais, o impacto é imediato sobre as pessoas e lugares situados a uma grande distância. Porque, à medida que as culturas nacionais ficam expostas a influências externas, é difícil conservar as identidades culturais intactas. E quanto mais a vida social se torna mediada pelo mercado global, mais as identidades se tornam desvinculadas de tempos e tradições específicas e parecem “flutuar livremente”.

É muito difícil a globalização destruir as identidades nacionais o que ela vai fazer é produzir, simultaneamente, novas identificações globais e novas identificações locais. Mas a globalização não é igualmente distribuída ao redor do globo e, uma vez que a direção do fluxo é desequilibrada e que continuam a existir relações desiguais de poder cultural entre o “Ocidente” e o “Resto”, pode parecer que a globalização seja essencialmente um fenômeno ocidental. Por outro lado, as sociedades periféricas têm estado sempre abertas às influências culturais do ocidente. Assim, produz novas posições de identificação, mais posicionais, mais políticas, mais plurais e diversas. Diante do exposto, ficam algumas perguntas: Será que essas novas tecnologias irão aumentar a diferença entre ricos e pobres? Será que os meios de informação estão preparados para uma programação pluralizada ou será que seremos bombardeados com programas triviais?

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