domingo, 23 de novembro de 2008

O cinco de novembro, de Guy Fawkes a V de Vingança

por Jhonatas Franco

Com inspirações no clássico de George Orwell, “1984”, e com um quê de “Admirável Mundo Novo”, de Huxley, V de Vingança traz como temática a famigerada idéia de opressão do Poder frente às massas e a tentativa de subversão a este modelo. Na Inglaterra de um futuro próximo, o “Grande Irmão”, chanceler Sutler, governa com austeridade e opressão ditatoriais, impondo medidas autoritárias por intermédio do medo. Toques de “recolher”, censuras e punições aos dissidentes são fatos corriqueiros.
Tudo é vigiado. Jornais, programas de TV, ruas, vielas. Tudo, no estilo genuinamente panóptico. Empiricamente era um modelo no qual os moradores poderiam ser observados em quaisquer momentos da vida, sem que saibam quando ou de onde. Sem que os vigilantes sejam vistos. Câmeras e microfones estão espalhados por toda parte.
Inspirado nas idéias de Guy Fawkes, que não obteve êxito em sua conspiração contra o governo, no século XVII, “V”, um mascarado subversivo, resolve aniquilar todos os símbolos do governo, pessoas e sistemas, além de querer destruir as Casas do Parlamento, construção emblemática do absolutismo local.
Segundo o filósifo Michael Foucault, o efeito mais importante do panóptico é o de “induzir no detento um estado consciente e permanente de visibilidade que assegura o funcionamento automático do Poder”. Era contra essa vulnerabilidade dos cidadãos que V, com o posterior apoio de Evey, uma jovem vítima do Sistema, lutam. V tenta instilar a população no sentido de gerar um sentimento de revolta e esperança em um futuro melhor. São caçados a todo tempo por, além dos policiais, detetive Finch. Este, porém, reconhece no final a irracionalidade do Poder atual e adere à “causa” dos empedernidos.
O filme, dirigido por James McTeigue, é muito feliz nessa abordagem, retratando com fidelidade e riqueza de detalhes o descaso dos políticos com o povo, os horrores da opressão, o poder do panóptico na população, dentre outros temas bem interessantes. Como diria V, parafraseando Fawkes: “Lembra-te, Lembra-te do 05 de Novembro”. O cinco de novembro de 2020 ficará marcado para sempre na história dos ingleses.

V de Vingança X Vigiar e Punir

Por Camila Teodoro de Faria

Com base no filme, podemos comentar, que se fala sobre uma Inglaterra fictícia, onde os governantes aproveitam de tal situação para fazer experiências com novos medicamentos e aumentar seu poder sobre a população que se mantém refém pelo medo. O Panoptismo aborda uma teoria onde o novo sistema é a vigilância integral, pois são utilizados relatórios com o nome, idade, sexo, o que lhe pertence, o que já aconteceu na sua vida, etc, de cada indivíduo da comunidade, e estes são utilizados pelo governo para conseguir uma comunidade pura e uma sociedade disciplinar, ou seja, ‘a utopia da cidade perfeitamente governada’. As pessoas além de vigiadas, são separadamente colocadas em asilos psiquiátricos, penitenciarias, casas de correção, escolas, etc, onde com isso o governo individualiza cada um, conhece tudo sobre a pessoa e a reconhece imediatamente. Em um trecho desse capitulo o autor cita ‘cada um em seu lugar, está bem trancado em sua cela de onde é visto de frente pelo vigia’. O Panoptismo induz no detento um estado consciente e permanente de visibilidade que assegura o funcionamento do poder. Com isso os ‘prisioneiros’ obedecem a tudo por medo de estarem sendo vigiados, e fazerem algo errado e serem punidos por isso.
A cena do filme onde mostra isso é quando a personagem ‘Evey’ é capturada pelo personagem ‘V’ e ele a trancafia como se ela tivesse sido pega pela policia, e a tortura deixando-a presa, sem comida e com medo. Ele queria saber se ela o desmascararia, ou se manteria o segredo de quem ele era. ‘O detento nunca deve saber se está sendo observado, mas deve ter certeza de que sempre pode sê-lo’. O Panóptico é um mecanismo onde não se usa da força física para se conseguir o que deseja, e sim do medo. ‘É o fim das grades, correntes, fechaduras pesadas, etc. Bastam-se que as separações sejam nítidas e as aberturas bem distribuídas’ para o indivíduo saber que pode estar sendo vigiado naquele momento, então é melhor seguir as regras e não fazer algo que seja considerado errado.
‘O Panóptico pode ser utilizado para fazer experiências de modificar o comportamento, treinar ou retreinar indivíduos’, e é justamente isso que acontece no filme, onde os comandantes pegavam pessoas, e introduziam-nas em lugares desconhecidos e faziam experiências com elas. ‘O Panóptico é um local privilegiado para tornar possível a experiência com homens, e para analisar com toda certeza as transformações que se pode obter neles’. ‘Cada vez que se tratar de uma multiplicidade de indivíduos a que se deve impor uma tarefa ou um comportamento, o esquema Panóptico poderá ser utilizado’.
‘E para se exercer, esse poder deve adquirir o instrumento para uma vigilância permanente, exaustiva, onipresente, capaz de tornar tudo visível, mas com a condição de se tornar ela mesma invisível’. Essa frase descreve tudo o que o personagem ‘V’ era contra. Ele percebeu o quanto era regulador e vigilante o seu Estado, e para isso resolveu explodir o parlamento como uma ‘revolta’ contra tudo isso. Ele queria incutir na cabeça dos cidadãos ‘a idéia’ de que eles eram livres, e que estava tudo errado naquele governo. Pessoas morriam, sumiam, aparentemente ‘do nada’, e não encontravam respostas para tudo que acontecia. Simplesmente não contestavam, pois viviam no medo feito pela policia, governo, etc. Então ‘V’ entra em cena para mostrar como a sociedade estava vivendo e o que precisava ser mudado. As pessoas não precisavam de um parlamento, mas sim, de serem livres e lutarem por tudo que gostariam que mudasse. Não precisavam de medo, mas sim de um governo decente, onde fosse proibido não saber, não estudar, não lutar, etc, e não que proibissem o conhecimento de como estão as coisas no país.
Eu, particularmente, adoro esse filme. Já vi muitas vezes, e sempre que o faço fico pensando em tudo que está errado no nosso país e que deixamos para lá. Gostaria de ser mais como o personagem ‘V’, que luta pelas coisas que acha certo, e não ser como nós, principalmente nós brasileiros, que levamos tudo devagar, e não fazemos mais revoluções ou passeatas como antigamente para lutar contra o que está errado.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Comunicação, poder e atualidade: um breve ensaio


Por João Guilherme Cunha e Vallo e Natália Braga Possas


Comunicação é poder, isso não é novidade. Também não há nada de surpreendente em perceber que existe uma proporção direta entre esse poder e as pessoas atingidas pelas mensagens, os receptores.

Esta antiga relação de controle, difusão e mídia ainda é absoluta. Todavia, nossa era apresenta um novo fenômeno: o aumento da participação do consumidor na produção e difusão de bens culturais. Em outras palavras, o receptor adquire maior poder na medida em que ganha espaço nos meios de comunicação de massa.

Henry Jenkins (2006) chama isso de cultura participativa. Jenkins é co-diretor do Comparative Studies Media Program e idealizador da ‘era da convergência’. Ele defende que a idéia de convergência envolve não apenas a fusão de várias mídias em um único aparelho, ou a junção de tecnologias (o que é fato no desenvolvimento tecnológico atual), mas sim, uma mudança cultural na nossa sociedade.

Essa nova cultura diverge da cultura de massa, especialmente, quanto a uma audiência passiva. Jenkins analisa que, na sociedade contemporânea, produtores e consumidores são todos “participantes”, apesar de terem diferentes probabilidades de interação, as quais ainda não são estimáveis (em números).

De acordo com esse pensamento, ninguém tem o mesmo poder para comunicar, mas todos estão interagindo, entre si e com as novas tecnologias. Podemos dizer também que, para Jenkins, surgiram novas regras culturais ainda não definidas. Normas que regulam a divisão do poder e que certamente não são igualitárias.

Logo, os limites da atuação dos “participantes” ainda não se apresentam claros, mas ele existe, e denota cada vez mais competitividade. Isso se dá porque um grupo maior de pessoas está apto a escolher e criar bens culturais que os agradem.

Jenkins cita também o conceito de ‘inteligência coletiva’, do “ciberteórico” Pierre Lévy: “Nenhum de nós sabe tudo, cada um de nós sabe algo; e podemos juntar as peças, associando nossos recursos e unindo nossas habilidades”.

A inteligência coletiva é uma nova fonte de poder midiático ‘sem fronteiras’. É a oportunidade que temos para influir na produção da poderosa indústria cultural, já abalada pelo movimento de inclusão.

Henry Jenkins diz que “os impérios monolíticos de comunicações estão se dissolvendo numa série de indústrias de fundo de quintal”, e que “As forças combinadas da tecnologia e da natureza humana acabarão por impor a pluralidade com muito mais vigor do que quaisquer leis que o Congresso possa inventar”.

Essa liberdade de participação geradora de poder sobre a qual falamos neste texto é abordada não só por Jenkins. Outro autor preocupado em entender os fenômenos recentes da comunicação é Manuel Castells (1999). Contudo, sua opinião desperta o aspecto crítico e segregador da reflexão sobre interatividade.

Para Castells nosso acesso é limitado de acordo com o poder aquisitivo. Nos é transmitido o que é de interesse que saibamos e, caso tenhamos necessidade de buscar outras fontes, será necessário maior investimento.

Um exemplo disso é a Internet, pois quanto maior o valor pago, maior a velocidade e a possibilidade de “navegar” por sites diversos. Outro exemplo é a TV digital, que funcionará da mesma forma. Muitos terão acesso limitado. Ou seja, mais uma vez, poucos deterão a informação e, consequentemente, o poder.

Entretanto, considerando o avanço tecnológico, Castells ressalva que: “As novas tecnologias da informação não são simplesmente ferramentas a serem aplicadas, mas processos a serem desenvolvidos. Usuários e criadores podem tornar-se a mesma coisa (mesmo raciocínio de Jenkins). Dessa forma, os usuários podem assumir o controle da tecnologia como no caso da Internet.

Outra grande diferença é que Jenkins reconhece a cultura participativa e a convergência – e, portanto, as relações de poder envolvidas – como uma novidade. Manuel Castells acredita que esta não é uma questão contemporânea. Sobre isso, ele afirma que: “A integração crescente entre mentes e máquinas, inclusive a máquina de DNA, está [e sempre esteve] alterando fundamentalmente o modo pelo qual nascemos, vivemos, aprendemos, trabalhamos, consumimos, sonhamos, lutamos ou morremos”.

Referências:
- A Revolução da Tecnologia da Informação. In: CASTELLS, Manuel. (1999), A sociedade em rede - a era da informação: economia, sociedade e cultura, v1. Tradução Roneide Venâncio Majer. São Paulo: Paz e Terra.
- “Venere a Convergência”- Um Novo Paradigma para Entender a Transformação das Mídias. In: JENKYNS, Henri, (2006), Convergence Culture: where old and new media collide. New York: New York University Press. Tradução de Érico Gonçalves de Assis.


Este texto corresponde a um trabalho sobre Comunicação e Tecnologia, apresentado à disciplina homônima, ministrada pelo Professor Ricardo Bedendo, no curso de Comunicação Social do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora.

sábado, 7 de junho de 2008

O HOMEM NA ERA DA INFORMAÇÃO – EQUACIONANDO A DINÂMICA DA SOCIEDADE

Por
Levi Tavares da Silva
Marcelo Castro
Rafaela Moreno de Paula

“No mês passado, foi lançado no Coréia do Sul um telefone celular com um recurso diferente. Os botões para acionar seus comandos são touch screen, como os do iPhone. Ao pressioná-los, no entanto, a sensação é a de estar apertando teclas convencionas, daquelas que se movem. A vantagem para quem utiliza o telefone, segundo o fabricante, a Samsung, é ter certeza de que a tecla foi acionada, o que nem sempre acontece nas telas Touch Screen. O celular, batizado de Anycall Hapitc, usa uma técnica que introduz uma nova gama de sensações ao se interagir com o mundo virtual. A técnica, conhecida como hapitics, reproduz o sentido do tato por meio de comandos eletrônicos. Ela permite sentir as propriedades físicas, os movimentos dos obejetos representados na tela. No caso do celular, um dispositivo vibratório sob a tela midifica a sensação que se tem ao tocá-la. Quando os aplicativos empregados no computador se encontram conectados ao corpo através de dispositivos como luvas, joysticks, mouses ou estruturas robóticas, as possibilidades da hapitics se ampliam para muitos outros campos.”(Veja – 16 de abril de 2008,pág 100).

O avanço desenfreado da tecnologia tem sido alvo constante de discussão, principalmente e/ou especificamente no que tange ao seu impacto sobre a sociedade e seus modos de produção. Vivemos num mundo cuja velocidade já ultrapassa a da luz, tudo é descartável com pouco espaço para o reciclável. Vivemos num mundo em processo constante de metamorfose, onde levantamos de dia e vislumbramos a lagarta sair do casulo e vamos dormir à noite observando já uma borboleta, que não mais será a mesma na manhã seguinte. Aprender a lidar com essas constantes mudanças e acompanhar o ritmo acelerado pelo qual “as coisas” caminham tem sido um desafio à parte à sobrevivência humana. Espécie esta que já pode entrar para a lista dos animais em extinção ou para os otimistas e adeptos do darwinismo, não estamos extinguindo, estamos evoluindo. Cada vez mais o homem evolui ou regride (depende do ponto-de-vista) para um status de quase-máquina, vivemos a geração do homem-robô. Em contrapartida, irônicamente crescem as tentativas de humanização das máquinas.

Toda essa transformação elevou o homem a status de “Deus”, de criatura a Criador, num fenômeno multifacetado chamado Revolução Tecnológica. Para explicá-la não será necessária nenhuma teoria hipotética acerca de uma explosão miraculosa que a tudo teria dado origem. Não, o fenômeno parace ser um pouco menos complexo,mas só um pouco: e teria sua centeia de vida na “Informação”. Mas para entendermos toda essa conjectura faz-se necessária uma explanação rápida e concisa da “história” da tecnologia.

Deixando de lado a parte chata e quase amorfa do longo período que se estendeu até a Idade Média, chegamos há pouco antes dos últimos 30 anos do séc XVIII. O homem experimentou uma transformação tal qual nunca havia experimentado antes. Nascia a Revolução Industrial. Máquina a vapor, fiadeira, trem, motor a combustão, telégrafo e telefone...num curto espaço de aproximadamente cem anos, o homem modificou toda a estrutura do espaço físico em que vivia. O êxodo rural reconfigurou completamente o espaço urbano. Sucessora do mercantilismo, a atividade industrial transformou-se na nova geração de capital e riqueza, assumindo o status de grande promotora da economia. Desde que descobriu-se que o mundo era redondo (acredito até que muito antes disso), a Terra gira sob o eixo que se chama capital. Tudo funciona para o capital. Assim, política, religião, educação,etc tomam as mesmas diretrizes que as leis de mercado e impactam diretamente sobre a vida do cidadão comum. As novas fontes de energia, sobretudo a eletricidade, pautaram-se como a grande alavanca propulsora desse processo de avanço.

Depois disso, o mundo avançou a passos modestos, provavelmente em função do período de adaptação que necessitaria. Pulando então essa parte monótona da história, chegamos ao ano de 1939. A história já havia apimentado-se um pouco com a 1ª Guerra Mundial anos antes. Mas, depois de obscuro período de estagnação tecnológica, o mundo presenciaria o Iluminismo Tecnológico, o foco de nossa discussão – a Revolução da Tecnologia da Informação. Se na Modernidade o supra-sumo era a eletricidade, no mundo contemporâneo esse papel seria assumido pela informação. É ela a protagonista da nossa história.O homem vivia agora um novo contexto histórico, as relações interpessoais haviam se reconfigurado completamente. As cidades já haviam florescido há décadas, as relações intrepessoais haviam mudado e um novo setor econômico havia surgido: a prestação de serviços. Com o alvorecer da 2ª Guerra Mundial e fomentadas por ela deram-se início às principais descobertas tecnológicas. Porém, “somente na década de 70 é que as novas tecnologias da informação difundiram-se amplamente, acelerando seu desenvolvimento sinérgico e convergindo em um novo paradigma” (Castells, 1999).

O campo da eletrônica se especializou e setores como microeletrônica computadores e telecomunicações avançaram até o estágio de partículas intrínsecas ao cotidiano comum da população. Hoje, celulares, câmeras, TV e rádio digitais, microprocessadores pessoais, juntos compõem esse paradigma nomenclaturado de sociedade da informação. Essa nova sociedade que acaba por apresentar características extremamente peculiares impactou o homem no âmbito de suas relações pessoais, econômicas e sociais. As transformações ocorridas nas últimas duas décadas do sec XX promoveram a informação e o conhecimento a elementos estratégicos. A informação transformou-se em matéria-prima, gerando conhecimento, reconfigurando-se em nova informação e garantindo a capacidade para produção de cada vez mais e melhor tecnologia. Nunca produziu-se tanto e em tão pouco tempo. Em anos recentes a palavra globalização passou a fazer conexões entre as pessoas e incorporou-se ao vocabulário comum.

A idéia de uma grande aldeia global reduziu as fronteiras a quase zero. A noção de espaço teve de se reconfigurar, tempo e espaço assumiram grande status de valorização. As coisas tenderam a se compactar cada vez mais e a virarem multifuncionais. Surge aí o conceito de convergência. “A convergência representa uma mudança cultural na qual consumidores são encorajados a procurar novas informações e fazer conexões entre conteúdos midiáticos dispersos”(Jenkys, 2006).

O celular hoje é a expressão máxima disso. Pierré Lévy se refere ao consumo coletivo das mídias como inteligência coletiva, cujo poder sobre a opinião pública aumenta a passos de dinossauro. Consumidores e produtores midiáticos passaram a interagir na chamada audiência ativa. Os usuários dessa tecnologia apropriaram-se dela e a redefinem, é a Nova Era Digital. É, é ela que permite à Rafaela namorar o Valtinho do conforto do seu quarto via celular ou MSN. É, é ela que permite ao Marcelo curtir numa rave em Juiz de Fora os hits mais alucinantes que agitam as pistas de dança do mundo inteiro. É ,é ela, a mesma era digital que permite ao Levi se encantar com a melhor música do mundo, que é produzida não tão perto daqui, na Colômbia, mas que apesar de galar em outro idioma (“She makes a man to speak spanish”), é reconhecida em qualquer lugar do planeta: “Shakira, Shakira!”. É, é essa tecnologia que nos faz caminhar, seja pra frente, seja pra trás. O que ainda nos falta é a utopia de trasnformar a sociedade em que vivemos numa grande equação...equacionar o acesso às novas tecnologias, equacionar os direitos à cidadania e a uma democracia que só no papel é para todos.

Referências:


- A Revolução da Tecnologia da Informação. In: CASTELLS, Manuel. (1999), A sociedade em rede - a era da informação: economia, sociedade e cultura, v1. Tradução Roneide Venâncio Majer. São Paulo: Paz e Terra.

- “Venere a Convergência”- Um Novo Paradigma para Entender a Transformação das Mídias. In: JENKYNS, Henri, (2006), Convergence Culture: where old and new media collide. New York: New York University Press. Tradução de Érico Gonçalves de Assis.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Alunos criam Blog para apresentação de trabalho

Os alunos do 2º período diurno, Henrique Natalino, Antônio Zaninetti, Lucas Melquiades e Thiago Augusto, idealizaram um blog para discutirem o artigo "A Cultura Blog: questões introdutórias", da professora Carolina Rodriguez Paz (Faculdades Integradas ASSESC FASSESC e do Instituto de Ensino Superior da Grande Florianópolis– IES. Laboratório de Ensino a Distância – LED/UFSC). A apresentação do trabalho aconteceu na manhã desta quarta-feira, dia 30 de abril. A iniciativa integra as atividades da disciplina de leitura e interpretação de textos relacionados à Comunicação e Tecnologia. Para acessar o blog, o endereço é http://www.cesjftcs.blogspot.com/. O artigo da professora Carolina Paz está disponível no link http://www.pucrs.br/famecos/pos/revfamecos/22/a07v1n22.pdf.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

A rede é a Rede

Por Valdevino Júnior

“[...] os temores de empobrecimento da vida social estão fora de contexto [...]”
“[...] o uso mais intenso da internet leva a mais vínculos sociais [...]” Castells, 1999, p. 445

A vida em sociedade passa por alterações as mais diversas, sempre. Considerando-se o conceito sociedade sob o prisma de reunião de pessoas regidas pelas mesmas leis, infere-se o conceito básico de que a idéia de sociedade pressupõe a presença harmônica da comunicação social, ou pelo menos, do estabelecimento de várias possibilidades de comunicação entre os indivíduos. Acontece que as formas de comunicação já não se restringem à unicidade do passado e, assim sendo, os meios para se atingir a finalidade da comunicação são os mais variados.

A vida em sociedade agora tem um novo conceito, ou melhor, novos conceitos. Hoje em dia não há a necessidade de se aguardar vários dias ou meses para que uma carta chegue ao seu destino (claro, isso é opcional), aliás, se trata-se de indivíduos já internetizados, a necessidade de se escrever – literalmente –, uma carta, inexiste. As pessoas se comunicam online, em tempo real, a milhares de quilômetros de distância.

As mudanças que a sociedade vivencia em suas formas de comunicação, proporcionam, nessa transitoriedade, situações muitos instáveis, quer dizer, as alterações na forma de transmissão de informações são refletidas instantaneamente no universo social, uma vez que alteram também o comportamento do indivíduo, imerso no oceano tecnológico, que naufraga os costumes antigos. Ora, mudanças produzem resultados. E em se tratando de sociedade não poderia ser diferente, haja vista que mudanças na esfera da comunicação, claro, produzem alterações na atuação comportamental das pessoas, isto é, uma equação de resultados inexatos, exponenciais e logarítmicos.
Justamente essa atuação comportamental é que tem gerado conflitos no universo conceitual de sociedade, já que uma sociedade precisa manter acesa a chama da harmonia comunicacional e esta, já está sob o estereótipo de que o estabelecimento da comunicação deve ser, sempre, in loco, numa situação de materialização da informação, através da presença material dos interlocutores.
Sendo esta questão moderníssima, não se tem ainda dados e pesquisas completas, logo plenitude de resultados sobre a realidade dessa atualidade tão intensa, pois as alterações na comunicação ainda estão acontecendo e os resultados, conforme anteriormente citados, estão sendo verificados nas equações da vida social.
As controvérsias que vem sendo levantadas dizem respeito a situações de confronto intelectual, isto é, são mais a nível das opiniões, portanto, entendo que são questões mais filosófico-ideológicas do que propriamente antropológicas, ligadas às esfera técnicas de análises, sob o ponto de vista político. Hoje em dia o que se tem, realmente, é uma miscelânea de culturas, expostas de maneira muito intensa, fato que vem agregar novas culturas a uma cultura preexistente, e isto semeia uma profunda sensação de instabilidade na cognição de fundamentalistas, ao passo que gera sensação oposta nos indivíduos de tendência cosmopolita.
São fatos incontestáveis as mudanças positivas proporcionadas pela internet. Porém, segundo alguns pesquisadores, a sociedade vem sendo negativamente influenciada pela redução significativa do relacionamento interpessoal físico, isto é, a supracitada comunicação in loco. As pessoas realmente mudaram sua forma de comunicação, mas será que essas mudanças têm alienado as perspectivas de relacionamento interpessoal in loco? Bem, as opiniões divergem abruptamente. Claro, a análise desse fato pertence às ciências humanas, que jamais encontrarãoconvergências ideológicas perfeitas e integrais. Os seres humanos abrigam a esfera intocável da personalidade e dissertar sobre os comportamentos dos seres humanos é discorrer sobre essa esfera, tarefa não muito fácil.

O fato de os novos meios de comunicação, em interatividade, refletirem suas imposições ideológicas sobre as pessoas não quer dizer, exatamente, que isso vá realmente alterar a performance comportamental da sociedade, pois essa alteração vem de conseqüências históricas, antropológicas.

A rede mundial de computadores abriu as portas da difusão de conhecimento; porém é necessário que as pessoas saibam lidar com essas novidades e mantenham a consciência ativada para o fato de não prescindirem de um bem tão importante, que é o contato consigo mesmo, a auto-análise. De fato, a sociedade tornou-se interativa e essa interatividade é benéfica do ponto de vista informacional-quantitativo, logo, precisa sê-lo também do ponto de vista informacional-qualitativo.
As pessoas não deixarão de ser pessoas pelo fato de lidar continuamente com o meioeletrônico. Aliás, elas não deixam de ser pessoas nem quando deixam de agir como pessoas, muito menos deixarão de sentir necessidade de contato com pessoas pelo simples fato de a tecnologia promover o encurtamento das distâncias entre os indivíduos, possibilitando o contato virtual, que não deixa de ser a “materialização” da informação do indivíduo.

A rede é a rede. É um instrumento, não um governante. Serve de base à alimentação de um sistema cada vez mais poderoso de comunicação. Sendo um bem, precisa ser bem usufruído pelo portador, para seu benefício. E isto tem ocorrido, sobremodo na esfera da comunicação. Mas esse é um assunto que pede mais, muito mais. Pede um outro momento, mais oportuno.
Referência

CASTELLS, Manuell. A sociedade em rede. Trad: Roneide Venâncio Majer – atualização para a 6ª ed: Jussara Simões – (A era da informação economia, sociedade e cultura,v.1) São Paulo; Paz e Terra, 1999: pág. 442-458/.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

A balança da vida

Por Diego Silva


No filme “Click”, Michael Newman (Adam Sandler) é um jovem e bem-sucedido arquiteto que continua ambicionando conquistas em sua carreira profissional. Ele pretende ascender à condição de sócio da empresa onde trabalha e na qual é considerado um dos melhores profissionais que ali atuam. O proprietário da firma, conhecedor do talento e do interesse de Newman, a todo o momento o provoca e estimula a dar mais de si para a empresa ao prometer-lhe cargos melhores e sociedade na empresa. Newman tem uma bela esposa e dois filhos. Ama profundamente os membros de sua família e a considera seu maior tesouro. Por isso mesmo, acredita que deve se sacrificar ao máximo em sua carreira para atingir uma condição invejável dentro da empresa. Busca com isso a solidez financeira que irá permitir conforto e qualidade de vida elevada para sua mulher e as crianças.

Para que isso aconteça, ele trabalha muito, até mesmo quando está em casa. Por vezes adormece no sofá de tanto trabalhar e em várias ocasiões fica tão confuso que ao parar para descansar acaba sempre se confundindo com os controles remotos que acionam a TV, o ventilador ou o portão da garagem. Isso sempre o deixa nervoso e, por isso, numa dessas ocasiões ele sai de casa em direção a uma loja de departamentos para comprar um controle remoto universal... O que ele não sabe é que o aparelho que está adquirindo não serve apenas para ligar as quinquilharias domésticas que possui. Esse controle mexe, na verdade, com o ritmo e os rumos de sua vida. Permite que ele esteja presente em alguns momentos ao mesmo tempo em que adianta seus projetos ou acelera os momentos ruins e diminui o desenrolar dos acontecimentos bons...

O mais engraçado disso tudo, é que às vezes não percebemos a maneira que devemos agir em nossas próprias vidas. Não que sempre tenhamos a resposta para todas nossas indagações, isso seria uma utopia, mas sempre queremos solucionar o que nos aflige. De fato, após assistirmos o filme, refletimos sobre como somos vulneráveis aos nossos erros e que o livre arbítrio que temos nos permite traçar nosso caminho. Podemos dizer que a vida é semelhante a uma balança, em que devemos pesar todas as nossas metas e planos, para não cometermos um erro muito comum chamado: Priorização. Essas prioridades devem ser “pesadas” por nós, para que não haja falhas. De certo que em momentos priorizamos a vida profissional, em outros priorizamos a vida sentimental. Mas não podemos esquecer que se não ajustarmos as medidas, um dos lados dessa balança chamada “vida” sucumbe ao peso do lado oposto.

sábado, 10 de novembro de 2007

A grande Sherwood

Por Diego Silva

Infância >Do Lat. Infantia> s. f., Período da vida do homem que vai do nascimento até à puberdade.

E foi nesse período inocente da minha vida que eu ouvi histórias sobre Robin Hood, um herói mítico inglês que roubava dos ricos para dar aos pobres, mais conhecido como príncipe dos ladrões. Os contos de fadas que contam as crianças são engraçados né? Em pensar que eu sempre me sentia eufórico quando ouvia histórias sobre esse tal “príncipe dos ladrões” que morava em uma tal floresta chamada Sherwood. Quero dizer... Que tipo de príncipe é esse que mora em uma floresta? Se fosse uma raposa, como Robin Hood é tratado na versão do Walt Disney, tudo bem! Mas era um homem! Tá... Tá certo que ele usava roupas verdes, justas, bota de couro silvestre e um chapeuzinho no mínimo duvidoso... Mas era meu herói.

Deixando de lado minha análise aos modelitos de estórias infantis, que outrora poderá ser nosso tema, voltemos ao roteiro que estou seguindo aqui. Doze anos mais tarde, quando percebi que não era mais um infante, eu cri piamente que a cada dia que passamos nesse mundo adquirimos senso crítico, foi assim que eu vi que eu não podia mais acreditar em contos de fadas. Costumo dizer, que hoje em dia, vivemos o chamado “complexo de Robin Hood às avessas”... Acalmem-se! Robin Hood não foi estripado e deixado do avesso, sabem como é... Nas crônicas temos que fazer analogias, me perdoem o susto.

Enfim, batizei com esse nome simplesmente porque fere os princípios do nobre senhor Robin Hood. O que vemos no mundo de hoje? (além de TV, é claro). Foi uma pergunta retórica, eu sei. Desigualdade é a resposta, onde nesse complexo inverso rouba-se dos pobres e dá-se aos ricos. Vocês devem estar se perguntando... Essa volta toda pra dizer apenas isso? Pois é meus caros leitores, os fins justificam os meios. Só posso acrescentar que continuamos vivendo nessa grande Sherwood e que estamos em busca da Terra do Nunca... Um dia contarei essa outra estória.

Homens, Árvores e Vidas

Por Diego Silva

Em toda existência humana podemos notar visíveis mudanças de caráter físicos e emocionais. Quando falamos de Seres Humanos, falamos de algo complicado, em que nos chama a atenção sabermos que somos, nós, alvos de “auto-estudos”, em um ambiente por vezes ametódico, diligente e abastado de preocupações. A sociedade atual é composta por inúmeros tipos de personalidades, crenças, gostos e padrões, tais estes que são individualizados. Cada qual exercendo sua função na sociedade e com seus ideais em questão... distintos por sinal! Há aqueles que se destacam no campo profissional e material e também os felizes na vida sentimental, há os que dão a vida em favor das causas amadas e os que se entregam a amores desejados. Cada qual de maneira peculiar.

Ao observar uma floresta podemos constatar que o conjunto da vegetação produz um ambiente inigualável. Límpido. Verde. Relaxante. Bucólico. Cada vegetação com sua especialidade e particularidade. Há árvores que aprofundam suas raízes de tal maneira que torna impossível arrancá-las. Também existem aquelas que vivem muito tempo sem se abastecer daquilo que as sustenta. Cada árvore em especial fornece seu fruto e de maneira eficaz mantêm a vida em vida.

Apesar das divergências de ambientes, pode se dizer que os seres humanos, apesar de viverem em meio ao caos, são bem assemelhados as árvores. Não nos encontramos em um clima calmo e muito menos relaxante, mas a sociedade é dotada de seres “frutíferos”.

Em um belo dia foi plantada a semente do amor, que germinou com a inocência de um embrião, cresceu regada da excelência da vida e amadureceu com a ambientação, oferecendo maus e bons frutos. Frutos estes, que são colhidos a cada dia que passamos nesse grande globo circular chamado Terra. O grande diferencial de nós, seres humanos, para as árvores, é que podemos escolher que tipo de frutos desejamos oferecer. Sejam estes agradáveis ou não. Os que se achegam para colher estes frutos nos dão o reflexo do que estamos oferecendo.

Alguns têm o dom de se assemelhar a grande e forte árvore da amizade, que em momentos de intenso calor, provação e fadiga oferecem suas copas verdes e cheias de vida àqueles que procuram uma sombra para se recostar. Há os que têm o dom de se assemelhar a intensa e frutífera árvore do amor, que de início é pequena e frágil, mas com tempo torna-se grande forte e fornece frutos maravilhosos. Estes frutos são mais conhecidos como filhos. Essas são boas árvores.

Entretanto alguns têm o dom de se assemelharem a árvore da cólera, que é grande e toma boa parte dessa imensa floresta em que vivemos. Quem come de seu fruto, mesmo que não ocorra de maneira instantânea, morre e desfalece. Essa, e muitas outras, são árvores más.

Ao longo de toda sua caminhada, o homem tem perdas e ganhos, erros e acertos, vitórias e derrotas, amores e ódio e vida ou morte. As árvores têm seus frutos colhidos, arrancados, tirados... Encarem como quiser, e de quando em vez, devem ser podadas para que as raízes sejam fortalecidas e cresçam.

Mas será que o homem sabe conviver com as perdas? Ele continua sendo o mesmo homem? De certo que não, mas para subir nessa longa e árdua escada da vida, devem-se galgar os passos de maneira calma e objetiva. Mesmo que haja perdas e tropeços, que entendamos... Tudo é para a nossa evolução.

Assim, procure refletir um pouco:

Uma árvore mesmo sem os ramos e frutos continua sendo uma árvore?

terça-feira, 15 de maio de 2007

Comunicação e tecnologia: revolução, evolução e globalização

Por Thaise Amorim

Para Manuel Castells, as mudanças nos levam a pensar como a informação será aplicada para conseguir informar o público nesse novo modelo, no qual criador e criatura tem o mesmo poder. Em menos de duas décadas essa tecnologia se difundiu pelo globo mudando totalmente a nossa maneira de ver o mundo.

Foi durante a Segunda Guerra Mundial que se deram as principais descobertas tecnológicas em eletrônica. A partir da década de 70, as novas tecnologias baseadas na eletrônica se difundiram amplamente. Através da microeletrônica foi possível ter o transistor, permitindo a codificação da lógica e da comunicação com e entre as máquinas. Esses milhões de transistores formam o que chamamos de chip. O passo decisivo ocorreu em 1971 com a invenção do microprocessador, que é o computador em um único chip. O problema agora já não é a falta de espaço para armazenar as funcionalidades necessárias, mas o que fazer com todos os transistores disponibilizados.

Outra descoberta foram os computadores que passaram de suas 30 toneladas, 2,75 metros de altura, estrutura metálica, 70 mil resistores e 18 mil válvulas a vácuo para o que temos em casa hoje e chamamos de PC (computador pessoal). Todo esse avanço se deu graças ao desenvolvimento de novos softwares adaptados a suas operações que facilitam o uso. Desde meados da década de 80, os PCs já podem funcionar em rede, o que possibilita a comunicação entre eles com maior mobilidade.

As telecomunicações também deram um passo importantíssimo com a optoeletrônica (transmissão por fibra ótica e laser). A optoeletrônica possibilitou a transmissão de dados pelo TCP/IP (Protocolo de controle de Transmissão/ Protocolo de Interconexão), e a telefonia móvel, que, com a ajuda de computadores, pode enviar mensagens, fotos, e está ao mesmo tempo em toda parte para uma comunicação eletrônica interativa e ininterrupta em tempo real.

Essa revolução que vem ocorrendo na tecnologia da informação deve-se muito ao caráter lógico, flexível, penetrante e convergente que ela contém. A informação é a matéria-prima para todo o processo e vem transformando a nossa vida dia após dia.

Os meios de comunicação são a extensão do homem, como disse McLuhan, isso implica que estamos constantemente buscando uma informação e quem a tem detém o poder. Wilson Dizard apresenta que, ao tentarem adequar-se ao novo sistema, os meios de comunicação de massa clássicos começaram a investir mais em flexibilidade, interatividade em suas programações, buscando não perder seu público para internet, uma vez que esta reúne à escrita, o oral e o audiovisual em um só lugar. Esse novo modelo de informar é mais fragmentado e quem tiver o diferencial sairá na frente.

Com isso, começa-se a pensar em uma programação para cada grupo de receptor e de forma que ele possa acessar na hora que quiser, como é na internet. Nessa busca desenfreada para conquistar o receptor, o bombardeio de informação é muito grande, podendo até desinformar ao invés de informar. O receptor vai ter que ser crítico e selecionar realmente o que o interessa, porque o novo formato de mídia proporciona que o imaginário se torne real, como no Second Life, onde tudo que não é possível realizar na vida real se consegue com uma vida virtual. A única certeza que temos é a que, como profissionais da comunicação, teremos que estar sempre nos atualizando para saber um pouco de cada canal e prontos às constantes mudanças.

Todas essas mudanças estão ocorrendo em todas as partes e não afetam somente uma parcela da população, mas sim, todo o mundo. Stuart Hall apresenta um fenômeno antigo, mas muito citado hoje em dia, a globalização. Para ele, globalização são processos atuantes em uma escala global, integrando e conectando comunidades e organizações em novas combinações de espaço e tempo, tornando o mundo, em realidade e experiência mais interconectado. Com o fim das distâncias, a globalização começa a ter efeito sobre a formação das identidades culturais, o impacto é imediato sobre as pessoas e lugares situados a uma grande distância. Porque, à medida que as culturas nacionais ficam expostas a influências externas, é difícil conservar as identidades culturais intactas. E quanto mais a vida social se torna mediada pelo mercado global, mais as identidades se tornam desvinculadas de tempos e tradições específicas e parecem “flutuar livremente”.

É muito difícil a globalização destruir as identidades nacionais o que ela vai fazer é produzir, simultaneamente, novas identificações globais e novas identificações locais. Mas a globalização não é igualmente distribuída ao redor do globo e, uma vez que a direção do fluxo é desequilibrada e que continuam a existir relações desiguais de poder cultural entre o “Ocidente” e o “Resto”, pode parecer que a globalização seja essencialmente um fenômeno ocidental. Por outro lado, as sociedades periféricas têm estado sempre abertas às influências culturais do ocidente. Assim, produz novas posições de identificação, mais posicionais, mais políticas, mais plurais e diversas. Diante do exposto, ficam algumas perguntas: Será que essas novas tecnologias irão aumentar a diferença entre ricos e pobres? Será que os meios de informação estão preparados para uma programação pluralizada ou será que seremos bombardeados com programas triviais?